Convento da Encarnação (Vila do Conde, Portugal)
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- O Convento de São Francisco de Vila do Conde ou Convento de Nossa Senhora da Encarnação foi fundado em 1522, cerca de 200 anos após o seu vizinho Mosteiro de Santa Clara.
Por serem o ramo feminino da Ordem de São Francisco, a sobrinha de uma das abadessas de Santa Clara decidiu criar em Vila do Conde um Convento de frades da mesma Ordem. Mais modesto que o de Santa Clara, o edifício foi projetado para albergar 12 frades, mas acabou por receber um número ligeiramente superior.
A obra foi inteiramente dirigida por D. Isabel Mendanha porque o edifício foi construído num terreno doado pelo Convento de Santa Clara, onde até então se erguia a Igreja de São João Baptista.
O mosteiro foi construído sem grandes luxos mas com algum cuidado, bem ao gosto da arquitetura manuelina, isto é, no estilo decorativo que caracteriza a arquitetura portuguesa do século XVI e a sua fachada foi toda refeita durante o século XVII.
Aí viveu um dos mais importantes missionários do país: Frei João de Vila do Conde.
Hoje, o convento é propriedade da Ordem Terceira de São Francisco e encontra-se aí instalada uma Instituição Privada de Solidariedade Social.
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Mosteiro de Santa Clara (Vila do Conde, Portugal)
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- O Convento de Santa Clara de Vila do Conde era feminino, pertencia à Ordem dos Frades Menores, e à Província de Portugal da Observância.
Em 1318, a 7 de Maio, foi instituído por D. Afonso Sanches, filho bastardo de D. Dinis, e D. Teresa Martins Telo, como comunidade de clarissas urbanistas, e por vontade expressa dos fundadores este Convento destinou-se a donas fidalgas pobres.
O edifício, embora estivesse habitado, ficou incompleto por morte dos fundadores. Concluiu-o o filho, D. João Afonso.
A organização interna da comunidade foi pautada pelas normas inscritas na carta de dotação, documento outorgado pelos fundadores, que o dotaram com numerosas vilas e herdades sitas na Póvoa de Varzim, Touguinha, Terroso, Formariz, Laundos, Navais e Mirante, com todos os seus direitos, rendas e serviços e nele instituíram a sua capela, com obrigação de manter quatro capelães que rezassem diariamente quatro missas pelos seus fundadores e por D. Dinis.
O Convento adquiriu grande importância, exercendo uma influência determinante em Vila do Conde e seu termo, já que a abadessa gozava de plenos poderes na administração dos bens.
Ao longo dos séculos XV e XVI, envolveu-se em várias disputas, resultantes dos vastos bens, padroados de igrejas de São Pedro de Atei e São Pedro de Cerva, e jurisdições nomeadamente no seu couto, que detinha, e da cobiça que por isso despertava.
Em 1517, passou de Claustral à Observância com o reformador frei Francisco Lisboa que fora nomeado por bula papal de 1515, a pedido de D. Manuel.
A abadessa D. Joana de Meneses resistiu e foi obrigada a mudar de convento.
No convento de Vila do Conde foram colocadas freiras vindas do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Beja, entre elas a nova abadessa, D. Isabel de Castro.
Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.
Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.
Em 1893, foi encerrado por falecimento da última religiosa, D. Ana Augusta do Nascimento.
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